Em 1953, quando James Watson e Francis Crick descobriram a estrutura molecular do DNA, passou-se a acreditar que nossos destinos estavam determinados pelos genes e nada mudaria isso. E esta crença era a descoberta que fazia a comunidade científica acreditar ter encontrado o segredo da vida.
Entretanto, com os avanços da ciência, foi definido que os genes são modelos moleculares que possuem todas as informações necessárias para a manutenção da vida, na construção das células, tecidos e órgãos.
Pesquisadores também descobriram que mesmo após remover os núcleos de diversas células, elas mantinham vidas normais por até dois meses ou mais, antes que suas proteínas se esgotassem e elas morressem.
Mas como isso acontece se o núcleo é o “cérebro” da célula?
Simples, o núcleo não é o “cérebro”, mas sim, é o que contém o DNA celular. Portanto, a célula morre apenas quando a produção de proteína, responsabilidade do núcleo, terminar. Entretanto, o controle das células é realizado pelo meio ambiente físico e energético.
As percepções que a célula tem em relação aos estímulos externos são o principal fator nos processos biológicos. E essas percepções são possíveis graças ao verdadeiro “cérebro” da célula, que é sua membrana plasmática, que armazenando centenas de milhares de diferentes proteínas receptoras em sua superfície, detecta o mínimo estímulo externo e transmitem informações para dentro da célula. Ali é processado uma série de reações físico-químicas necessárias para a sobrevivência celular.
E se uma célula pode ser controlada pelo ambiente onde ela se encontra, nós que possuímos aproximadamente 70 trilhões de células também podemos ser controlados pelo ambiente que nos cerca. Assim como apenas uma célula, o destino de nossa vida não é determinado por nossos genes, mas sim pela capacidade de adaptação e por nossas respostas aos milhares de estímulos diários do meio ambiente, que controlam todos os tipos de vida e permitem que o processo evolutivo ocorra conforme essa capacidade de adaptação. Aqueles que não se adaptam, tendem a não sobreviver, a morrer mais cedo, a não transmitir suas características para as gerações seguintes. Os que melhor se adaptam tendem a perpetuar a espécie.
Portanto, não são os genes que controlam os mecanismos da vida, e sim a “consciência” celular em relação aos estímulos ambientais e, consequentemente, sua capacidade de resposta adaptativa a qualquer condição aversiva.
A partir destes estudos criou-se o conceito de Epigenética (“acima da genética”), e passamos a entender que o que nos permite evoluir e adaptar são os estímulos ambientais epigenéticos, e não os genes.
Genes sofrem mudanças ao longo de milhares de anos de evolução e essas mudanças são transmitidas naquela espécie, de uma geração para outra e isso permitiu que o ser humano atingisse o estágio evolutivo em que se encontra hoje.
No entanto, apesar de possuirmos os mesmos genes, nós somos diferentes uns dos outros. Por quê?
Porque o que nos diferencia não são os genes propriamente, mas as condições que determinam que alguns genes sejam ativados ou silenciados, podendo provocar disfunções e doenças diversas, uma vez que nossa capacidade de adaptação é limitada.
Mas o que ativa a expressão de alguns genes e o silêncio de outros?
São os fatores epigenéticos (ambientais, tanto internos como externos), que provocam alterações químicas nos genes ou nas proteínas nas quais esses genes se fixam.
Diferentemente das alterações genéticas (que são imutáveis), as alterações epigenéticas podem ser reversíveis por definição.
Modernas tecnologias favorecem essa reversão e o equilíbrio do funcionamento dos 70 trilhões de células que formam o organismo humano, por meio da correção dos campos bioelétricos celulares e pela otimização desse funcionamento.
Adaptado por
Dr. Paulo Fochesato
Referências:
The Stress Response and Development of Allostatic Load de Instituto Rinaldi Fontani – Itália
A Syndrome produced by Diverse Nocuous Agents – Hans Selye – Nature 138, 32 (04 July 1936)
Adaptation to environmental stress at different timescales – Kristensen TN, et al. Ann N. Y. Acad Sci. 2018.
Fico feliz de conhecer essa solução, vou me aprofundar no assunto
ótimo conteúdo
Excelente conteúdo, parabéns!